China e sua Busca para Se Tomar a Maior Pontencia Mundial

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China e França

A China comprou importações de gás natural (GNL) do maior fornecedor de energia da França usando yuan como forma de pagamento. Este marco é significativo, considerando que envolve um aliado dos EUA que, diferente de Irã, Rússia ou Venezuela, sempre utilizou o dólar como moeda de negociação.

A transação foi feita entre a petrolífera nacional chinesa CNOOC e a gigante francesa Total Energies por meio da Bolsa de Petróleo e Gás Natural de Xangai, no dia 28 de março de 2023.

A China tem buscado negociar petróleo e gás em yuan nos últimos anos na tentativa de estabelecer sua moeda internacionalmente, enfraquecendo o controle do dólar sobre o comércio mundial.

Basicamente, desde 1974, países exportadores vendem petróleo apenas em dólares americanos (petrodólar), o que consolidou a poderosa posição da moeda americana no mundo. 

Aparentemente a dinâmica está mudando. 

Se num passado recente yuans ou rublos não eram nem cogitados como contraparte, atualmente, até mesmo aliados históricos dos americanos, parecem rever suas convicções.

China e Brasil

Enquanto isso, Brasil e China chegaram a um acordo para negociar em suas próprias moedas, abandonando o dólar americano como intermediário.

O Brasil é um dos maiores exportadores de commodities e a China é o maior importador de commodities, ao mesmo tempo em que exporta muitos produtos eletrônicos e manufaturados, e por isso eles fazem muito comércio bilateral.

O acordo permitirá que a China, o principal rival da hegemonia econômica dos EUA, e o Brasil, a maior economia da América Latina, conduzam suas massivas transações comerciais e financeiras diretamente, trocando yuan por reais e vice-versa, em vez de usar o dólar.

O acordo foi anunciado após um fórum de negócios China-Brasil em Pequim realizado no dia 29 de março. O gigante asiático tem acordos cambiais semelhantes com a Rússia, Paquistão e alguns outros países.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava confirmado para participar das negociações, mas teve que adiar sua viagem indefinidamente em razão de uma pneumonia. 

Apesar da ausência, foram celebrados 21 acordos entre o governo brasileiro e o governo chinês. Alguns interessantes, outros nem tanto (link abaixo).

https://www.infomoney.com.br/negocios/missao-empresarial-anuncia-21-acordos-com-parceiros-chineses/

Yuan supera o euro como segunda moeda do Brasil em reservas

Yuan supera o euro como segunda moeda do Brasil em reservas internacionais

Além disso, o banco central do Brasil divulgou números na semana passada mostrando que o yuan ultrapassou o euro como a segunda maior moeda em suas reservas cambiais, refletindo o aprofundamento dos laços econômicos com o maior parceiro comercial do Brasil.

A China é o principal comprador de minério de ferro, soja em grão, carne, açúcar e celulose exportada do Brasil.

Até 2018, o yuan estava ausente das reservas estrangeiras do Brasil e agora representa 5,37% das participações do banco central brasileiro, superando a participação de 4,74% do euro.

O dólar norte-americano continua a dominar, compreendendo 80,42% do total das reservas estrangeiras do Brasil.

Décadas atrás, a China era pequena em comparação ao que é agora. Atualmente é o maior importador de energia e commodities e o maior parceiro comercial da maioria dos países do mundo. E vários países têm um incentivo para diversificar seus pagamentos e reservas estrangeiras: minimizar sua vulnerabilidade a sanções ou apreensão de ativos por qualquer país.

Na margem, parece claro que estamos caminhando para um mundo multipolar em termos de poderes regionais e acordos monetários. A China ainda tem controles de capital, o que torna suas moedas/títulos pouco atraentes como ativo de reserva. No entanto, devido ao seu tamanho econômico e relações comerciais, eles têm uma capacidade significativa de apresentar um ecossistema alternativo de pagamento e poupança de médio prazo para vários países emergentes, especialmente aos “BRICS”.

O SCO inclui membros plenos, membros observadores e membros de diálogo (imagem abaixo). A Arábia Saudita agora se juntou como membro do diálogo, o que é digno de nota, dados os duradouros acordos de segurança da Arábia Saudita com os Estados Unidos.

China e Arabia Saudita

A Arábia Saudita aprovou um memorando para conceder ao reino o status de parceiro de diálogo na Organização de Cooperação de Xangai (SCO), conforme informou a agência de imprensa Saudita oficial (SPA).

Formado em 2001 por Rússia, China e ex-estados soviéticos na Ásia Central, o órgão foi expandido para incluir Índia e Paquistão, com o objetivo de desempenhar um papel maior como contrapeso à influência ocidental na região.

A adesão foi discutida durante uma visita do presidente chinês Xi Jinping à Arábia Saudita em dezembro do ano passado. O status de parceiro de diálogo será um primeiro passo antes da adesão plena.

Muitas coisas estão mudando nas relações históricas entre países, porém, a aproximação entre China e Arábia Saudita é um daqueles acontecimentos que alteram a conjuntura geopolítica mundial.

Os sauditas são os grandes aliados dos EUA no oriente médio e desde 1940 funcionam como braço americano em uma região dominada pela hostilidade ao ocidente. Perder o suporte árabe seria um desastre completo e a China, ciente da péssima relação entre Biden e o reino, vai tentar se aproveitar disso.

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